sexta-feira, 29 de maio de 2009

O diário de todas nós

Tenho admiração pela Jane Austen, a escritora do "Diário de Bridget Jones". De uma forma ligeira e caricaturada ela conseguiu escrever os medos e receios de grande parte do universo feminino. Sim, porque existe uma pequena percentagem que vive na dimensão das 100% seguras, isto é: estalam os dedos e eles caem à sua frente, dão-se ao luxo de escolher de uma vasta panóplia de belíssimos espécimes e no fim têm sorte com a escolha.
Mas as Brigites são aquelas que olham ao espelho 10 vezes com roupas diferentes antes de sairem com um date, que compram 548 cremes diferentes para a celulite, que têm o azar de ter um restinho do jantar no dente da frente enquanto estão a flirtar um borracho, etc, etc....
Esta maioria passa grande parte da sua vida à procura do príncipe, o tal, a metade da laranjinha, o seu mais-que-tudo... Sempre que conhecem um homem mais interessante inspeccionam-no com olho clínico à procura de defeitos e, quando finalmente o têm procuram as falhas que coincidem com a sua insegurança, arranjam pretextos para alimentar fantasmas e discussões como pretexto para fazer as pazes e no final ouvirem um Amo-te.
Regra geral, as Bridget Jones que conheço, apaixonam-se pelos homens errados a vida interia e quando aparecem os seus Mr Darcys elas acham que é bom demais para ser verdade e fazem tudo errado (por causa da sua desconfiança e incredulidade) até que no final eles demonstram ser seres dignos de confiança e da sua paixão....
Eu já fui assim. Achei que esse príncipe nunca mais aparecia, que se tratava de um mito, que ia ser aquela amiga que passa a vida em festas para camuflar a sua solidão, que ía "ficar para tia" porque não havia ninguém que me impressionasse o suficiente para ser meu namorado, e no entanto aqui estou eu ao lado de uma pessoa tão especial que ainda dou por mim a beliscar-me para acordar de um sonho que acho não ser meu....



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